sábado, 9 de abril de 2011



















abri as mãos aos grãos de areia ardente, moldei o teu sorriso com os lábios do meu desejo. o teu corpo com a pele da fantasia que me banha nas tardes prateadas com que nos brinda o verão

sábado, 19 de março de 2011







quando a berma se desfaz em grãos de areia, resta o sonho na calma da outra margem

domingo, 27 de fevereiro de 2011










infinitamente pequenos perante a imensidão deste céu que nos abraça.
nem conquistador, nem tirano
nem espada, nem nem canhão

apenas pincel, nas linhas da tua mão...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
























olho-te para lá da tela negra
onde o pintor depositou os sonhos
de anos que já não consegue contar.
corpo de lascas degradadas, história
onde as palavras são excedentes e supérfulas.
digo-te o medo baixinho, longe dos ouvidos
tísicos dos fantasmas da ruína.
falas do sol, do riso das nuvens brancas
da espuma preguiçosa das ondas.
como gostava de entender a simplicidade única dessa tua linguagem,
partir, sem retorno, destas trevas opacas onde vageio sonâmbula.

falas a língua dos abraços, das carícias (e)ternas,
fazes o leito em que adormeço com o corpo lilás dos fins das tardes
quentes...e acredito que há vida dentro das flores exóticas da tela
acabada de pintar.

domingo, 30 de janeiro de 2011

POST 100



















diz-me meu amor que é Verão no caminho que os teus lábios traçam até aos meus.
que esta paleta de cores que se estende até à ponta dos dedos é apenas a forma de cantar esse amor.
em cada pétala que se solta na batida do coração há um sussurro que capto na íris com que me olhas. deixo-me invadir no remoinho desse murmúrio, como se nada mais existisse... apenas a tua voz a pintar poemas de amor em cada tela derramada da minha pele.


obrigada a todos os que por aqui passam...não é muito, mas é importante para mim deixar-vos um agradecimento com este POST 100.
encontramo-nos por aqui...e em cada um dos vossos cantinhos cheios de magia
um beijo

domingo, 23 de janeiro de 2011

















se um dia eu fosse branco
seria uma pomba sem mordaças
esperança, nas asas de um sonho.

borracha de espuma no papel da guerra
faria da morte lembrança apagada

seria branco imaculado, sem sangue
de inocentes trucidados,
silêncio a percorrer os dedos acusadores...
uma a uma as cores seriam um botão
esquecido num bolso rasgado.

eu,
branco,
sonho.

assim se preenchem os dias
como tarde de Inverno
lavada pelo vento rebelde.

nas mãos, um branco transparente
renascia depois da morte anunciada,
pétalas de ternura despontavam
entre os picos de uma granada
por detonar.

grita o sol na neve cálida
faz-se à noite qual soldado ferido
hoje em branco nasce um novo dia!

sábado, 15 de janeiro de 2011























agarro a verdade com as duas mãos
aperto-lhe o pescoço para que não fuja.
sobrepõe-se às palavras o fino nevoeiro da mentira.
doce mel que escorre traiçoeiro...
é real a mentira por ser quem é
ou ganha corpo na nossa vontade de acreditar?

de olhos fechados, entre as nuvens aventureiras
de uma qualquer promessa sem corpo consistente
ouço a estridente voz endiabrada a perguntar:
de quantos sóis se faz uma fogueira?

silêncio...duro, rude na deserta paisagem
cinzas no chão queimado, de um qualquer Verão sem marca no calendário.