quinta-feira, 24 de setembro de 2009

quanto vazio cabe na palma de uma mão.
não uma mão qualquer. a minha.
aquela que te atirou beijos em forma de brisa. e nela recolheu fiapos de um mar encantado. atropelo de ondas de um salgado líquido. semi-côncava. aguarda ou desistiu. imobilidade em 40º febris antes do dia se fechar no horizonte.
soma vazios, não os conta. esqueceu as regras da matemática e todas as outras. sente-os escaldantes sem queimar. são assim os vazios. castradores de almas. carrascos do corpo.
estranha colecção de peças raras. é tarde. venceram os vazios na tarde que cai

7 comentários:

  1. Muito lindo, cabe um vazio tão grande que ele sai da palma da mao e vai direto pro coração...beijos e um lindo dia pra ti.

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  2. A lucidez escrita e descrita pela mão que a febre estremeçe.
    A tarde cai...no vazio.
    Belissimo.

    Um beijo

    Ana

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  3. ... nunca me atiraram beijos em forma de brisa. Quem sabe se um dia isso não vai acontecer. Mas tenho de estar preparado porque não sei como hei-de apanhá-los. Você me dá uma dica?

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  4. Na palma da mão cabe poucos vazios, já numa tarde a cair, cabem uma data deles...

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  5. uma mão cheia de nada, um olhar íntimo de reflexão onde escapa tudo e não fica nada
    :-)
    bj

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  6. são estes os vazios que doem.
    um beijo num minuto (no fim de tarde)

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  7. São necessárias mãos para instituir uma linguagem para produzir um poema e tantas coisas mais.
    É sempre um prazer passar por aqui e contemplar a obra da mão da autora deste espaço
    tão simpático e acolhedor
    Beijo

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um minuto
uma palavra
uma presença
obrigada